Sexta-feira. 18h20m. O formigueiro já actua instintivamente. Os pés mexem-se, involuntariamente, por baixo da secretária. Parece que os ouvidos são invadidos por RATM. A língua estala ávida daquele sabor quente, suave e apaziguador. As almas agitam-se em êxtase. 18h25m. Arrumar velozmente tudo. Desligar os computadores, o ar condicionado, deixar as mesas e as cadeiras no sítio, verificar material e apagar as luzes. Respirar fundo e sentir a alegria que invade o corpo. Descer as escadas e ir buscar a «tralha». 18h30m. Pegar nas chaves do carro, despedida à pressa dos colegas e chegar rapidamente ao parque de estacionamento, onde coloco preventivamente a mala na bagageira, para não correr riscos, arrancando com o básico à mão: isqueiro, tabaco, pastilhas e telemóvel. All a girl wants, all a girl needs! 18h40m. O trânsito está um caos. A marginal está cheia de people que saiu dos seus works, tendo por maiores obstáculos as obras infindáveis que não permitem fluir. 18h50m. Por estas horas, alguma das babes já chegou. Chega a sms a confirmar. A meio caminho. A música na rádio não é má, mas podia ser bem melhor. A do carro do vizinho ainda é pior. Os semáforos parecem estar sempre vermelhos. Já avisto o parque, porém falta dar a volta à rotunda do Cais do Sodré, de onde vislumbro o pub. Apetece cantar «É Natal! É Natal!». Chego ao parqueamento. Os «minino» ainda não chegaram para o trabalho da noite: arrumar os carros. Está frio e o cachecol em breve não vai ser necessário, pelo contrário. 19h00m. Entro e uma das babes já está com o seu alto douro à frente. Peço um também, ou um porto alto, vai tudo dar ao mesmo, tal como se é em copo grande ou pequeno. Estado: Líquido. Quente. Smooth Operator...
Sem comentários:
Enviar um comentário