My little girl
Drive anywhere
Do what you want
I don't care
Tonight
I'm in the hands of fate
I hand myself
Over on a plate
Now
Oh little girl
There are times when I feel
I rather not be
The one behind the wheel
Come
Pull my strings
Watch me move
I do anything
Please
Sweet little girl
I prefer
You behind the wheel
And me the passenger
Drive
I'm yours to keep
Do what you want
I'm going cheap
Tonight
You're behind the wheel, tonight
domingo, 28 de junho de 2009
The dark side again
Nice summer nights
Penélope
Penélope sonhava com o circo desde criança. Tinha assistido várias vezes, enquanto criança, aos espectáculos que por altura do Natal apareciam na sua terra. Eram uma alegria! Seu pai costumava brincar, nessas ocasiões, sobre o grande acontecimento. Dizia que não podia estar constipada, senão não ia ao circo.
- Se espirras, não vais ao circo! – Dizia.
De todo o espectáculo, o seu número preferido era o dos malabaristas. Ao contrário das outras crianças, cujo número preferido era o dos palhaços, detestava aqueles narizes vermelhos e aquelas vestes de várias cores: os seus sorrisos assustavam-na e o seu aspecto lembrava-lhe seres maquiavélicos.
Também não apreciava os números que incluíam animais, pois achava uma crueldade atroz submetê-los a um espaço confinado e a demonstrações de “habilidades” ensaiadas, à custa de engodos e suborno alimentar.
À noite, após o regresso a casa e já na sua cama, fantasiava com o circo. Imaginava-se com asas negras a segurarem estranhamente a sua pseudo saia, collants às riscas e sandálias altas que destacavam a sua silhueta. Uma cartola repousava no alto da sua cabeça e conferia-lhe o título de fada do rock. A sua voz anunciava a presença de contorcionistas e emanava o mistério da penumbra que envolvia o espaço.
Mais tarde, acabou por apreender o misticismo que a atraía ao circo. Tudo era ilusão. Uma paragem no tempo e no espaço que, ao crescer, foi desaparecendo e revelou-se uma reminiscência mágica. Porém, ainda prevalecia no seu íntimo o desejo de fada e, através da sua música, contava histórias intermináveis sobre lugares ilusórios e irreais.