Dou por mim a pensar que a tradução de uma língua para outra não é mais difícil do que a nossa própria. Quantos erros já cometi ao «traduzir» algo que me disseram na minha própria língua? Imensos. Tantos ou mais do que para o francês ou o inglês. Displicentemente, todos achamos graça e empregamos a expressão: «a língua portuguesa é traiçoeira.». Mas é um facto. É mesmo, mesmo. Outros, nas suas línguas maternas, queixar-se-ão do MESMO. Pondero seriamente a possibilidade de ser algo inerente à raça humana. Pensamos com o coração e não com a razão, na maior parte das vezes. Partilho da ideia de Unamuno quando este proferiu que o homem «é um animal afectivo ou sentimental» (in 'Do Sentimento Trágico da Vida’ ). Efectivamente, o que nós temos de racional? Muito pouco. No fim, nada importa a não ser o que sentimos, por mais irracional que o seja.
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