Não podia terminar este ano sem colocar o que assola a minha alma. Vou entrar em 2011 acompanhada de velhos e novos amigos, bem como pela minha família que está no meu coração, mas ainda de algo muito especial: uma mala. Nela estão as minhas memórias, as minhas vivências e a minha vida toda até este momento. Ao mesmo tempo, está um espaço reservado para o futuro, onde almejo só que a esperança me acompanhe, bem como a todos os demais: ser feliz.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Moth In Rain
«I'll wait for you. It's what I should do. I'll wait for you. It's what I can do. But in the meantime, I'll have a drink. Will you wait for me, like I wait for you? It's what you should do.»
What's the problem today about honesty?
I don't really understand...
criar falsos testemunhos pode levar, em muitos casos, a sérias repercussões legais. However, nowadays, people have real troubles in saying the truth.
A FRASE DO ANO, PROFERIDA PELO PRÉMIO NOBEL DA MEDICINA
"No mundo actual, investe-se cinco vezes mais em medicamentos para a virilidade masculina e silicones para as mulheres do que na cura do Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de mamas grandes e velhos com pénis duro, mas nenhum se recordará para que servem".
Dr. Drauzio Varella (Médico Oncologista)
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Simples(mente)Mulher
Há Palavras que Nos Beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
(the age of innocence)
"- Did you know. . . I hardly remembered you.
- Hardly remembered?
- I mean. . . I mean it's always the same. Each time I see you. You happen to me allover again."
domingo, 12 de dezembro de 2010
meet you on the other side
Eu quero um erro novo.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Meeting spot
Sexta-feira. 18h20m. O formigueiro já actua instintivamente. Os pés mexem-se, involuntariamente, por baixo da secretária. Parece que os ouvidos são invadidos por RATM. A língua estala ávida daquele sabor quente, suave e apaziguador. As almas agitam-se em êxtase. 18h25m. Arrumar velozmente tudo. Desligar os computadores, o ar condicionado, deixar as mesas e as cadeiras no sítio, verificar material e apagar as luzes. Respirar fundo e sentir a alegria que invade o corpo. Descer as escadas e ir buscar a «tralha». 18h30m. Pegar nas chaves do carro, despedida à pressa dos colegas e chegar rapidamente ao parque de estacionamento, onde coloco preventivamente a mala na bagageira, para não correr riscos, arrancando com o básico à mão: isqueiro, tabaco, pastilhas e telemóvel. All a girl wants, all a girl needs! 18h40m. O trânsito está um caos. A marginal está cheia de people que saiu dos seus works, tendo por maiores obstáculos as obras infindáveis que não permitem fluir. 18h50m. Por estas horas, alguma das babes já chegou. Chega a sms a confirmar. A meio caminho. A música na rádio não é má, mas podia ser bem melhor. A do carro do vizinho ainda é pior. Os semáforos parecem estar sempre vermelhos. Já avisto o parque, porém falta dar a volta à rotunda do Cais do Sodré, de onde vislumbro o pub. Apetece cantar «É Natal! É Natal!». Chego ao parqueamento. Os «minino» ainda não chegaram para o trabalho da noite: arrumar os carros. Está frio e o cachecol em breve não vai ser necessário, pelo contrário. 19h00m. Entro e uma das babes já está com o seu alto douro à frente. Peço um também, ou um porto alto, vai tudo dar ao mesmo, tal como se é em copo grande ou pequeno. Estado: Líquido. Quente. Smooth Operator...
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Changing...
It's not that some people have willpower and some don't. It's that some people are ready to change and others are not. - By James Gordon
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
...originalità
The Torre Galatea Figueres ( Spain )
The Ufo House ( Sanjhih , Taiwan )
Wonderworks ( Orlando , Florida , United States )
Wooden Gagster House ( Archangelsk , Russia )
1. The Crooked House ( Sopot , Poland )
The Ufo House ( Sanjhih , Taiwan )
Wonderworks ( Orlando , Florida , United States )
Wooden Gagster House ( Archangelsk , Russia )
1. The Crooked House ( Sopot , Poland )
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...originalität
Hang Nga Guesthou se a.k.a Crazy House ( Vietnam )
Kansas City Public Library ( Missouri , United States )
Nakagin Capsule Tower ( Tokyo , Japan )
Ripley's Building ( Ontario , Canada )
The Basket Building ( Ohio , United States )
Kansas City Public Library ( Missouri , United States )
Nakagin Capsule Tower ( Tokyo , Japan )
Ripley's Building ( Ontario , Canada )
The Basket Building ( Ohio , United States )
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...unconventional
Cubic Houses ( Rotterdam , Netherlands )
Erwin Wurm House Attack ( Viena , Austria )
Ferdinand Cheval Palace a.k.a Ideal Palace ( France )
Forest Spiral - Hundertwasser Building ( Darmstadt , Germany )
Erwin Wurm House Attack ( Viena , Austria )
Ferdinand Cheval Palace a.k.a Ideal Palace ( France )
Forest Spiral - Hundertwasser Building ( Darmstadt , Germany )
Habitat 67 ( Montreal , Canada )
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«Cai Chuva do Céu Cinzento»
Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.
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"Sunlit Tree"
Agrada-me este tempo nublado e chuvoso, apesar de ainda almejar mergulhar no mar antes do ano acabar. Hoje, particularmente, agrada-me por ir ao encontro do meu estado de espírito. Os meus pensamentos estão demasiadamente turvos e a clamarem por um raio de sol que os dilua.
«- A tua colega já não me é necessária, já a usei para o que precisava. Agora sou como a Floribela, linda e maravilhosa. Também sei fazer beicinho e agarrar nas pontas da saia. E rodar, rodar, rodar... em torno da estatueta de mercúrio. Sou prendada e um autêntico McGyver feminino, arranjo solução para tudo e não me faltam ideias!»
O que eu gostava de ser assim, às vezes...
«- A tua colega já não me é necessária, já a usei para o que precisava. Agora sou como a Floribela, linda e maravilhosa. Também sei fazer beicinho e agarrar nas pontas da saia. E rodar, rodar, rodar... em torno da estatueta de mercúrio. Sou prendada e um autêntico McGyver feminino, arranjo solução para tudo e não me faltam ideias!»
O que eu gostava de ser assim, às vezes...
É desta forma que uns vão ter com Aquele Cujo Nome Não Deve Ser Pronunciado e outros vão ter com o Bruce Almighty!
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
As time goes by...
«I am certain of nothing but the holiness of the heart's affections, and the truth of imagination.» John Keats
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John Keats
domingo, 5 de setembro de 2010
António Lobo Antunes fez 68 anos esta quarta-feira, dia 1 de Setembro.
Crónica de muito amor
Na minha família não se fala de mariquices mas, de vez em quando, há gestos destes, de ternura escondida, como quem não quer a coisa
O João trouxe-me um Santo António pequenino de Pádua: comoveu-me que se tivesse lembrado de mim. Na minha família não se fala de mariquices mas, de vez em quando, há gestos destes, de ternura escondida, como quem não quer a coisa. Deve-se gostar das pessoas sem lhes mostrar. Deve-se gostar das pessoas sem lhes mostrar? Pelo menos entre nós é assim: não há elogios, não há censuras, raramente há perguntas. Para quê? Há um estar ali que é já tanto. Diz-se sem as palavras e percebe-se que se diz e o que se diz porque o clima, não sei explicar de outra maneira, se torna diferente. Não falamos do que cada um faz: a gente sabe. Do que cada um sente: a gente sabe. Não se fala do sofrimento, não se fala da alegria: a gente conhece. É melhor desta forma. Uma única ocasião o meu pai fez-me uma confidência, sacudiu-a logo com a mão
- Chega de pieguices
e alegrou-me que se penitenciasse por transgredir as regras. Não há efusões, não há gestos e, no entanto, as efusões e os gestos estão lá. Quem souber ver que veja, quem não souber é porque não pertence à tribo. Não há lamentos: porque é que hei-de lamentar a minha sorte, interrogava o grego. Não há censuras, não há críticas, salvo em ocasiões muito, mas mesmo muito, especiais. O Zé Cardoso Pires percebia isto
- Vocês estão muito ligados
disse-me um dia, e mudou logo de paleio.
- Nenhum escritor gosta de falar do que escreve
afirmava ele. E, realmente, nunca falámos um ao outro do que escrevíamos. Quase todos os dias conversávamos mas não se tocava nesse assunto. Quando muito
- Estás a trabalhar?
e acabou-se. Ou
- Não estou a trabalhar
e acabou-se. Uma tarde telefonou-me
- É para te dar os parabéns porque ganhei um prémio
desviou logo o assunto e isto é o cúmulo da amizade. Foram os parabéns que, até hoje, mais prazer me deram. Até as nossas dedicatórias mútuas eram secas: Para o António do Zé, Para o Zé do António e um rectângulo à volta, a cercar as palavras, a fechá-las lá dentro. O rectângulo, claro, era o mais importante, e o que estava naqueles quatro riscos, meu Deus. Maior elogio mútuo
- Belo livro
maior crítica mútua: silêncio dentro de um soslaio breve. Não, maior elogio:
- Posso ser amigo de um médico, de um engenheiro, de um pedreiro. Para ser amigo de um artista tenho que admirá-lo.
Passeávamos de braço dado na rua. Com o meu irmão Pedro, por exemplo, darmos o braço é fazermos chichi juntos, no escuro, junto à cascata do jardim dos meus pais, com um comentário sobre o jacto respectivo. Depois sacudirmos os pingos ao mesmo tempo porque a pila não sabe fungar. Então abotoamo-nos e cada um vai para o seu lado, em silêncio. Deve ser difícil as mulheres entenderem isto mas, para os homens, fazer chichi lado a lado, ao ar livre, é sinal de amizade, a olharmos para baixo, cheios de duplos queixos. Tanto che che che nesta frase. Fazer chichi na rua é um dos meus prazeres, devo ter sido cachorro noutra encarnação. Detesto urinóis, retretes: haverá alguma coisa que se compare à exaltação de mijar contra uma parede? Às vezes, a seguir ao jantar, digo ao Pedro
- Já mijaste?
sabendo que ele estava à minha espera para essa celebração da cumplicidade. Nem que sejam três gotas faz-se um esforço. Vemos as árvores, vemos o muro, não nos vemos um ao outro mas estamos ali. Nem quero pensar na ideia de fazer chichi sozinho. No fim pergunta-se
- Como é que estás?
sabendo que o parceiro se cala. Depois cada um no seu carro, sem mais palavras. Um atrás do outro e, a certa altura, separamo-nos, com um sentimentozito de despedida que custa. Quer dizer não custa assim tanto, custa um bocadinho e passa. Eu vou fazer redacções, ele vai fazer não sei o quê: pouco importa. Importa que durante uns momentos estivemos juntos. Agora interrompi esta crónica porque fui lá dentro espreitar o Santo António antes de lhe pôr o ponto final. Que pena um ponto final ser tão pequenino.
António Lobo Antunes, in http://aeiou.visao.pt/antonio-lobo-antunes=s23489
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
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