Muito do que permanece nas nossas memórias das viagens que fazemos são essencialmente sensações e aromas. Tem muito a ver com aquilo que sentimos na altura, como estamos emocionalmente, psicologicamente. Tudo isso vai repercutir-se nas impressões com que ficamos dessas viagens.
Marrocos recorda-me a fragrância da hortelã, o chá de menta, o odor das vísceras dos animais pendurados nos vários mercados labirínticos por onde vamos deambulando.
O vento fresco do Atlântico bate-nos de frente na cara em Casablanca. Sinto na pele a sua frescura e reporto-me a outros lugares similares.
Fès são as «tanneries» repletas de cores vivas que produzem um testemunho «puissant», para além da imagem das peles estendidas ao sol nos telhados. As especiarias e o pão espalmado, qual disco voador, levado nas mãos de uma criatura angelical de cerca de 4 anos. São os tambores, os cavalos e a dança do ventre.
É o final do dia na praça principal de Marrakesh. São as mulheres em gritos agudos e conversa ininterrupta que se oferecem para nos tatuar por 5 euros. É o cheiro a hortelã que transporto nas minhas mãos, enquanto deambulo pelos «Souks» e abraço ou afasto os odores dos vários sítios por onde passamos.
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