Tem sido muito difícil quebrar este hiato de escrita, talvez porque este post era para ter saído nesta data, mas só agora (05/10/09) parece que vou «quebrar o gelo». Os dias que precederam esta data foram, simultaneamente, para esquecer e recordar. Mesmo sentindo a cabeça a turbilhonar de ideias, emoções e sensações, noutras alturas passíveis de irem parar ao prato do blog, terminaram na cadeia e foi complexa a sua libertação. Se, por um lado, sentia-me repleta de sentimentos que queria partilhar, por outro, o meu âmago estava vazio e sem alento. Talvez a palavra sufocar fosse a que melhor traduzisse o momento que estava a passar. Ter tanto para dizer e nada sair. Sentir tanto, para não sentir nada. Abrir a porta é sinónimo de soltar a mágoa, a tristeza, a saudade, tal como, estranhamente, a alegria e a felicidade. Relembrar momentos mágicos passados em família, comungando de um festejo único, bem como despedir-me de uma avó fantástica, de uma das minhas melhores amigas, que esteve, está e estará sempre presente nas nossas vidas, física ou espiritualmente. O nosso núcleo já tinha tido uma perda irreparável este ano, por isso tornou-se ainda mais penoso ter que confrontarmo-nos com outra.
« - Quem é?
- É a minha amiga I. filha do senhor do T.
- Ah, não estava a reconhecer…»
Não fazia mal nenhum, pois para mim era sempre a mesma doçura de ser.
No dia do funeral estávamos todas juntas e comungávamos da dor of our beloved friend and her family. Curiosamente, apareceu uma «amiga» que por motivos inócuos afastou-se do grupo e não me contive: «- É pena que das duas últimas vezes que nos encontramos, estejamos a chorar e não a rir.»